Perfil completo: Piers Nivans

Piers Nivans é mais do que apenas um dos protagonistas de Resident Evil 6. Como muito bem apontado em seu perfil na Resident Evil Wikia, o personagem também tem o papel de bússola moral para Chris Redfield, servindo como uma voz de bom senso em um dos períodos mais conturbados da vida de um dos fundadores da B.S.A.A.

Membro da sucursal norte-americana da Aliança de Avaliação de Segurança em Bioterrorismo, ele é conhecido como “o homem que nunca perde um alvo” e é considerado um dos melhores atiradores da corporação. Suas habilidades por trás de uma mira telescópica são indiscutíveis, assim como seu senso de justiça e determinação para levar à cabo todas as missões às quais é designado. Habilidades comparáveis à do próprio Chris.

Com seu capitão, Piers também tem em comum a alta versatilidade no campo de batalha e um instinto constante de proteção perante seus companheiros de equipe. Foi justamente a soma destas características que tornaram o jovem um dos expoentes da “nova geração” da B.S.A.A., um grupo de soldados filiados ao esquadrão após seu estabelecimento, com pleno potencial para liderar a organização no futuro.

Nivans, porém, prefere não pensar muito nisso. Apesar de seu respeito pela autoridade e hierarquia, ele enxerga seus companheiros de luta contra o bioterrorismo como iguais e parte de uma grande família, independentemente do cargo que cada um ocupe. Para ele, é justamente essa a principal arma do time contra as ameaças globais.

A batalha está no sangue

Nascido em 1987, Piers Nivans descende de uma longa linhagem de militares, que remete a seu tataravô. Desde muito pequeno, ele sempre quis seguir os passos de seu pai e filiar-se às Forças Armadas. A habilidade e precisão vieram com o tempo e garantiram ao jovem uma formatura no topo de sua turma, em uma das academias mais prestigiadas dos Estados Unidos.

Recém-saído do treinamento, Piers foi convocado para trabalhar com as Forças Especiais do exército americano. Lá, enquanto cumpria suas missões e adquiria experiência, começou a se sentir estagnado. Mesmo cumprindo as ordens com o máximo de esmero e sem pestanejar, o soldado queria algo mais, um objetivo final pelo qual a vida de serviço realmente valesse a pena.

Essa grande missão veio em 2010, quando Chris Redfield o convidou para integrar as forças da B.S.A.A. O fundador do esquadrão sabia que não poderia guiar as tropas – e lutar – para sempre. Sendo assim, iniciou um processo de recrutamento de grandes soldados vindos das mais diversas organizações mundiais. O objetivo era garantir uma segunda geração de líderes quando ele, o restante dos Onze Originais e outros oficiais-chave, tivessem que abandonar as armas.

A atitude de Chris também se mostrou extremamente similar e compatível com a de Piers. Assim como o jovem, o veterano também tratava seus subordinados como iguais, preocupava-se com eles e tomava as decisões de combate sempre com o bem-estar de seu time em primeiro lugar.

Nivans mostrou o seu valor rapidamente, executando missões de supressão ao terrorismo biológico sempre com o máximo de eficiência. Acompanhado de seu rifle anti-material, o soldado provou que Chris estava certo em escolhê-lo e acabou se tornando o braço direito do líder do Alpha Team da B.S.A.A.

Testemunha de uma tragédia

A véspera de Natal de 2012 não seria um tempo de festas e celebrações para a B.S.A.A. O Time Alpha é enviado a Edonia, um país em guerra no leste da Europa, para investigar a utilização de um agente biológico por um grupo de revolucionários locais. Mais do que isso, os rebeldes estariam sendo financiados por uma organização maior e estariam em posse de dois Ogroman, um monstro gigante e com alto potencial destrutivo.

Com a utilização do C-Vírus, fornecido pelo grupo terrorista Neo-Umbrella, o Exército de Liberação de Edonia estava transformando seus integrantes em J’avos. A espécie de B.O.W. tinha uma alta capacidade de regeneração e mutação, ao mesmo tempo que mantinham a sanidade e a capacidade de raciocínio lógico.

Durante o combate, Chris e Piers se encontram com Sherry Birkin, uma agente do governo americano, e Jake Muller, um dos integrantes da equipe rebelde que possui em seu sangue a chave para a criação de uma cura para os vírus. Após despacharem os dois em helicópteros militares, o capitão do Time Alpha e seu parceiro seguem, ao lado de uma equipe tática, para a prefeitura da cidade.

No local, eles se encontram com Carla Radames, a líder da Neo-Umbrella, que estava se passando pela espiã Ada Wong. É pelas mãos dela que todos acabam vítimas de uma armadilha. Utilizando uma bomba de seringas hipodérmicas, ela infecta todos os soldados com o C-Vírus, enquanto Chris e Piers observam impotentes à obliteração de seus companheiros.

Como no mundo das armas biológicas a morte jamais é o fim, os membros da B.S.A.A. acabam retornando à vida na forma de monstros terríveis. Chris é atacado por um deles e sofre um severo trauma na cabeça, acabando gravemente ferido e com um profundo caso de amnésia. Ele é hospitalizado, mas, atormentado por fragmentos de lembranças, foge e acaba vagando sem rumo pelo mundo.

A queda de um ícone

Sherry e Jake desaparecem após o incidente em Edonia e a investigação sobre Ada Wong e a Neo-Umbrella acaba estacionada, enquanto atentados biológicos pipocam ao redor do mundo. Piers Nivans dedica os seis meses seguintes à procura por Chris Redfield, acabando por encontrá-lo em um decrépito bar na Europa. Acompanhado de alguns soldados, ele persuade seu capitão a retornar à ativa.

A presença de alguém com a experiência de Chris era indispensável. Um ataque de tropas de J’avos havia tomado conta da cidade chinesa de Lanshiang e o grupo terrorista havia levado como refém três diplomatas da ONU, organização neutra que serve como provedora da B.S.A.A.

Ao lado de um Chris ainda transtornado e sem lembranças, Piers obtém sucesso na operação de resgate, mas acaba atacado, junto com o restante da equipe, pela Iluzja, uma cobra gigantesca. A criatura acaba dizimando os soldados um a um, até que o esquadrão é reduzido apenas a um trio.

Ao mesmo tempo, a B.S.A.A. recebe informações sobre o paradeiro da falsa Ada Wong, que também estava em Lanshiang seguindo sua própria agenda. Obstinado e sedento por vingança, Chris parte desesperado no encalço da vilã e é confrontado por Piers, que o alerta sobre o desvio de conduta e a perda de foco em seus objetivos originais.

A discussão, porém, serve apenas como uma distração quando Carla infecta Marco, o único membro restante do Alpha Team. Em vez de servir como um despertar, a situação deixa Chris ainda mais vingativo. Apesar de abalado e em total desacordo com a situação atual, Piers acompanha seu capitão sem hesitar na perseguição constante pela cópia de Ada Wong.

A procura ainda colocaria Chris e Piers perante Leon Kennedy, um dos sobreviventes da tragédia de Raccoon City. Também em busca de Ada, o ex-policial tem sentimentos especiais pela moça e a vê como uma testemunha importante para revelar a verdade sobre Derek Simmons, o consultor de Segurança Nacional dos EUA, e seu papel no assassinato do presidente americano Adam Benford.

O conflito, mais uma vez, é a oportunidade perfeita para que Carla Radames execute mais uma fuga. Enquanto Leon seguiria no encalço de Derek, Piers e Chris continuariam em busca da vilã, uma perseguição que os levaria até um porta-aviões. A embarcação infestada de J’avos era uma das bases da Neo-Umbrella e serviria de palco para o plano final da inimiga.

O sacrifício derradeiro

A bordo, Piers e Chris assistem enquanto Carla Radames é alvejada por um grupo de homens em um helicóptero e cai sem vida no convés da embarcação. Na mala dela, o jovem atirador encontra a derradeira amostra de uma versão modificada do C-Vírus, criada por meio de pesquisas com o sangue especial de Jake Muller.

Mais do que isso, a dupla descobre que o rebelde é filho de Albert Wesker, um dos maiores terroristas biológicos do mundo e rival pessoal do capitão da B.S.A.A. O DNA do vilão acabou se tornando providencial para os planos de Carla, que envolviam a liberação do C-Vírus sobre Lanshiang com o uso de um míssil e o uso do Haos, uma arma biológica com alto poder de dispersão.

Todas as ações estavam programadas para acontecerem no mesmo dia. A morte da falsa Ada, porém, ativou os lançamentos antes do esperado. Chris e Piers, a bordo de um jato militar, iniciam um esforço desesperado para impedir o lançamento do torpedo sobre Lanshiang. A empreitada, porém, dá errado e uma terrível fumaça roxa acaba transformando os habitantes da cidade em mortos-vivos.

Finalmente retornado a seu estado normal, Chris faz uma promessa a Piers: abandonaria às armas e passaria a ele o comando da B.S.A.A. O veterano capitão havia chegado a seu limite e era hora de passar o comando a alguém jovem e impetuoso. Não havia ninguém melhor do que seu parceiro de missão para esse trabalho, por mais que o próprio não concordasse com isso.

Apesar do fracasso, a dupla de soldados segue para uma instalação submarina da Neo-Umbrella, na esperança de impedir a segunda parte do plano de Carla. O combate contra o Haos, porém, acaba se tornando uma tarefa hercúlea quando a criatura ataca ferozmente os heróis, mutilando o braço direito de Piers.

Em uma atitude heroica, o jovem toma a única atitude possível para garantir a sobrevivência de seu capitão: injeta o C-Vírus em seu próprio corpo, transformando-se em uma arma biológica. O poder oriundo dessa transformação foi providencial para a derrota do Haos, mas transformou Piers justamente naquilo que ele lutou a vida inteira para combater.

Morte e renovação

Piers sabia que não havia saída, enquanto Chris lutava, mais uma vez, pela vida do único soldado restante do Time Alpha. Fugindo de uma instalação submarina que estava entrando em colapso, a dupla segue até as cápsulas de salvamento para voltarem à superfície.

O jovem, porém, se recusa a voltar, prendendo Chris em um dos equipamentos e o enviando sozinho de volta ao mundo. Ele não queria viver transformado em um monstro nem arriscar a vida de seus companheiros de esquadrão. Piers tomou a única decisão possível, enquanto ainda conseguia pensar por si mesmo. Com a explosão do complexo submarino, o atirador morre juntamente com Haos e salva o mundo da destruição completa.

A morte de seu parceiro serviu como um recomeço completo para Chris Redfield. De forma a honrar o legado de Piers, o capitão desiste de sua aposentadoria e continua na luta contra as armas biológicas, partindo em uma nova missão assim que necessário.